BIOGRAFIA DA PATRONA
ANÁLIA FRANCO BASTOS
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Anália Franco Bastos |
Nascida na cidade de Resende, Estado do Rio de Janeiro, no
dia 1º de fevereiro de 1856 e falecida em São Paulo, no dia 13 de janeiro
de 1919.
Foi após a Lei do Ventre Livre que sua verdadeira vocação se exteriorizou, já era nesse tempo notável literária, jornalista e poetisa, entretanto, foi nesta mesma época que chegou ao seu conhecimento que os nascituros de escravas eram previamente destinados à “Roda” da Santa Casa de Misericórdia, e que os negrinhos expulsos das fazendas, já perambulavam mendicantes pelas ruas e estradas, por serem impróprios para o trabalho.
Anália escreveu para as mulheres fazendeiras e trocou seu
cargo na Capital de São Paulo por outro no interior para socorrer as
criancinhas necessitadas. Foi no interior de uma cidade do norte do Estado de
São Paulo que conseguiu uma casa, cedida por uma rica fazendeira, para instalar
uma escola primária, à qual se batizou com o nome de “Casa Maternal”.
A partir daí, Anália Franco começou receber todas as
crianças que lhe batiam à porta, levadas por parentes ou apanhadas nas moitas e
desvios de caminho. No entanto, a fazendeira vendo que sua casa transformara-se
num albergue de negrinhos, resolveu acabar com aquele “escândalo” em sua
fazenda. Promoveu diligência junto ao Coronel e este conseguiu facilmente a
remoção da professora. Anália foi para a cidade, alugou uma velha casa, pagando
do seu bolso o aluguel correspondente à metade de seu salário. Como o restante
não era suficiente para alimentação das crianças, não hesitou em ir,
pessoalmente, pedir esmolas, partia de manhã, a pé, levando consigo o grupinho
escuro que ela chamava em seus escritos, “meus alunos sem mães”.
Moça e magra, modesta e altiva, aquela impressionante figura de mulher que mendigava para os filhos de escravos, tornara-se um escândalo, e na opinião de muitos, era perigosa, tanto que seu afastamento da cidade passou a ser objeto de consideração, em rodas políticas e estabelecimentos comerciais. Mas surgiu a seu favor um grupo de abolicionistas e republicanos, contra o grande grupo de católicos, escravocratas e monarquistas.
Moça e magra, modesta e altiva, aquela impressionante figura de mulher que mendigava para os filhos de escravos, tornara-se um escândalo, e na opinião de muitos, era perigosa, tanto que seu afastamento da cidade passou a ser objeto de consideração, em rodas políticas e estabelecimentos comerciais. Mas surgiu a seu favor um grupo de abolicionistas e republicanos, contra o grande grupo de católicos, escravocratas e monarquistas.
Com o decorrer do tempo, deixando algumas escolas maternais
no interior, veio para São Paulo e aliou-se a um grupo abolicionista e
republicano, mas sua missão, porém, não era política. Sua preocupação maior era
com as crianças desamparadas, o que a levou a fundar uma revista própria,
intitulada “ALBUM DAS MENINAS”, cujo primeiro número veio a lume em 30 de abril
de 1898, tendo como artigo de fundo o título “As mães e educadoras”.
Seu prestígio no seio do professorado já era grande quando
surgiram a Abolição e a República. O advento desta nova encontrou Anália com
dois grandes colégios gratuitos para meninas e meninos. E logo que as Leis o
permitiram, ela, secundada por 20 senhoras amigas, fundou o Instituto
Educacional que se denominou “Associação Feminina Beneficente e Instrutiva”, no
dia 17 de novembro de 1901, com sede no Largo do Arouche, em São Paulo.
Em seguida criou várias “Escolas Maternais e Escolas
Elementares”, instalando, com inauguração solene a 25 de janeiro de 1902 o
“Liceu Feminino”, que tinha por finalidade instruir e preparar professores para
a direção daquelas escolas, com o curso de 2 anos para as professoras das
Escolas Maternais e de 3 anos para as Escolas Elementares.
Anália era também, romancista, escritora, teatróloga e
poetisa. Escreveu uma infinidade de livretos para a educação das crianças e
para as escolas, os quais, ainda, são dignos de serem adotados nas Escolas
Públicas.
Em 1911 conseguiu, sem qualquer recurso financeiro, adquirir
a Chácara Paraíso de 75 alqueires de terra, parte em mata e capoeiras e o resto
ocupado com benfeitorias diversas, entre as quais um velho solar ocupado
durante longos anos por uma das mais notáveis figuras da história do Brasil,
Diogo Antonio Feijó.
Nessa chácara fundou a Colônia Regeneradora de D. Romualdo.
Aproveitando o casarão, a estrebaria e a antiga senzala, internou ali, sob
direção feminina, os garotos mais aptos para a lavoura, a horticultura e outras
atividades pastoris. Foi nessa chácara, também, que conseguiu recolher mais
moças desviadas, regenerando, assim, centenas de mulheres.
A vasta sementeira de Anália Franco consistiu em 71 escolas,
dois albergues, uma colônia regeneradora para mulheres, 23 asilos para crianças
órfãs, uma banda musical feminina, uma orquestra, um grupo dramático, além de
oficinas para manufatura de chapéus, flores artificiais, etc., em 24 cidades do
Interior da Capital.
Sua morte ocorreu precisamente quando havia tomado a
deliberação de ir ao Rio de Janeiro fundar mais uma instituição, idéia essa
concretizada posteriormente pelo seu esposo que ali fundou o “Asilo Anália
Franco”.